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IA no primeiro turno: o que vimos até aqui?
Aláfia Lab, *desinformante e Data Privacy Brasil lançam o relatório “IA no primeiro turno: o que vimos até aqui?”, com uma análise sobre o uso da Inteligência Artificial no primeiro turno das eleições. O relatório é resultado do “Observatório IA nas Eleições”, promovido pela Data Privacy Brasil, por meio do projeto IA com Direitos, em parceria com o Aláfia Lab e *desinformante, que tem o objetivo de mapear e registrar casos de uso de IA generativa durante as eleições brasileiras de 2024.
No dia 5 de outubro de 2024, mais de cinco mil municípios brasileiros realizaram eleições. Pela primeira vez um pleito no país foi realizado com a presença generalizada e popularizada das Inteligências Artificiais. Com a novidade, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) criou regras específicas para delimitar o uso das ferramentas pelos candidatos e campanhas políticas.
No mapeamento realizado pelo Observatório foi possível analisar que, apesar dos esforços do TSE, candidatos continuaram a fazer uso da Inteligência Artificial sem avisar o eleitorado. Durante as últimas semanas, foram realizados monitoramentos e buscas ativas em plataformas digitais, veículos de imprensa e agências de checagem para coletar e documentar os casos identificados.
No entanto, dados coletados entre os dias 16 de agosto até 6 de outubro mostraram que a impressão de que haveria um uso massivo de IA nas campanhas não se confirmou. Foram identificados usos pontuais e, na maior parte dos casos, sem grandes repercussões. O documento aponta também que o uso de IA se dá tanto pelos candidatos e campanhas quanto – às vezes de forma ainda mais intensa – pelos eleitores e em diferentes formatos midiáticos (imagem, vídeo e áudio). Portanto, medidas regulatórias ou políticas públicas sobre o tema precisam levar em conta diferentes públicos e usos da tecnologia.
A análise identificou também que, entre os principais usos da IA, estão: a aplicação ampla da tecnologia para produzir jingles ou para auxiliar na produção de conteúdo de campanhas com pouca verba; a criação de deepfakes produzidos pelo público com impacto relativamente reduzido, mas que mostram o potencial desinformativo para próximas eleições; e casos de deepnudes visando candidatas em diferentes municípios.
Além disso, o relatório também traz relatos sobre o impacto da IA na desinformação e o posicionamento da Justiça nos casos que foram encontrados. O documento já está disponível para leitura e o Observatório irá continuar mapeando casos neste segundo turno, visite o site e saiba mais sobre esse trabalho. Acesse o link e confira o novo relatório.
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