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Caso Córtex: o Combate ao Megazord da Vigilância
O sistema Córtex, regulamentado em 2021, é uma grande plataforma de vigilância criada pelo governo federal, capaz de unificar e cruzar informações de mais de 160 bases de dados, públicas e sigilosas, sobre pessoas, veículos e empresas. Seu propósito é definir alvos para cercamento eletrônico e monitoramento persistente. O acesso é capilarizado, alcançando Polícias Militares, Civis e até Guardas Civis Metropolitanas.
A Confirmação no Rio: O “Megazord” Fora de Controle
“Um mesmo usuário fez ali mais de 4 mil consultas num recorde de tempo. Só seria possível por uma máquina, justamente porque a intenção do atacante é raspar a informação e organizá-la num outro sistema. Então, o que tá acontecendo é a estruturação de um Córtex paralelo”.
“O Córtex permite explorar dados de vigilância que pro crime organizado é muito interessante. Ele consegue fazer o monitoramento ativo de placas veiculares, de pessoas que são alvo, então é uma mina de ouro muito preocupante do ponto de vista de população e democracia, porque isso não pode cair em mãos erradas e ser mal utilizado, como parece ser o caso agora”.
“O Ministério da Justiça agregou tudo em um sistema, depois capilarizou. Além de dar informações, o sistema está puxando dados, está criando um ‘megazord’ de vigilância”.
A Suspensão e o Apelo por Revisão Estrutural
Diante da gravidade das denúncias, o MJSP anunciou a suspensão temporária do Córtex, prevista para ocorrer entre 14 e 28 de janeiro de 2026, com o objetivo de realizar uma “prova de vida institucional” e recadastrar órgãos e usuários, visando fortalecer a segurança da informação e a governança.
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