Descrição

O projeto “Clima, uso da terra e fluxo de dados: conciliando direitos individuais e coletivos” surge a partir do projeto “Ambiente e informação: contestando a instrumentalização política da LGPD na regulação ambiental” que desenvolveu pesquisas centradas nas bases de dados do Cadastro Ambiental Rural e da Guia de Trânsito Animal que visavam discutir transparência pública e proteção de dados. Neste novo projeto, busca-se demonstrar a importância da ampliação da transparência com relação à base de dados do Sistema de Gestão Fundiária (Sigef), partindo da premissa estabelecida pelo projeto anterior de que políticas públicas de proteção ambiental se beneficiaram de uma maior interação entre bases de dados que fornecem informações sobre ocupação e uso da terra. É por este motivo que o projeto também terá uma vertente direcionada a estudar o Sistema Oficial de Rastreabilidade Bovídea Individual do Pará (SRBIPA), que é uma referência sobre o cruzamento de informações custodiadas por órgãos distintos.

Nesta linha, o projeto visa fortalecer a noção de equilíbrio entre proteção de dados pessoais e transparência pública, de modo a garantir o controle social da administração pública, o acesso à justiça e o acesso à informações de interesse público por meio de um fluxo seguro de dados. Desde 2022, a Data Privacy Brasil observa que existe uma assimetria com relação ao nível de transparência de dados ambientais, geralmente ausente quando se trata de dados de proprietários de terras. Assimetria assenta-se no dano causado às comunidades tradicionais locais e ao meio ambiente que não é devidamente reparado devido à falta de transparência, cooperação entre órgãos públicos e maior eficiência na fiscalização do território e responsabilização de agentes. 

Desta forma, é essencial a interação com os órgãos competentes, apresentando nossos resultados para órgãos como MMA, MAPA, ANPD, CGU, Incra e secretarias responsáveis no Pará. Além disso, entende-se que o tema da intersecção entre proteção ambiental, transparência pública e proteção de dados precisa alcançar a esfera da COP30, sendo um espaço para criar uma relação de cooperação entre especialistas da área de proteção ambiental e de direitos digitais.