Evento | Nossa participação no evento “Cidades inteligentes, sustentabilidade e regulação algorítmica” |

Nossa participação no evento “Cidades inteligentes, sustentabilidade e regulação algorítmica”

No dia 14 de novembro de 2025 o coordenador de Assimetrias e Poder da Data privacy Brasil, Pedro Saliba,  participou como palestrante do evento “Cidades inteligentes, sustentabilidade e regulação algorítmica”, promovido pelo Grupo de Pesquisa Consumo e Cidadania da UFPA. A mesa integrou a programação ampliada dos debates da COP30 e buscou discutir como a tecnologia vem moldando cidades, relações sociais e formas de trabalho.

Durante a fala, foi apresentado um panorama sobre a datificação dos territórios, destacando como a coleta massiva de dados se tornou parte da infraestrutura urbana e passou a influenciar políticas públicas e práticas de gestão, refletindo como essa transformação se articula a processos de governança algorítmica que impactam diretamente o cotidiano de indivíduos e comunidades.

Outro ponto discutido foi a plataformização do trabalho e a intensificação da precarização laboral, marcada por jornadas instáveis, ausência de direitos e dependência de sistemas opacos de avaliação e remuneração. Ressaltou-se também que esses impactos não são distribuídos de maneira uniforme: questões de raça, gênero e território estruturam quem é mais vulnerabilizado pelas tecnologias digitais.

O debate incluiu, ainda, reflexões sobre o uso de sistemas de vigilância e reconhecimento facial, que têm ampliado desigualdades históricas ao reforçar padrões seletivos de controle sobre determinados grupos sociais, temática que a Data Privacy Brasil atua desde sua fundação. Por fim, discutiu-se brevemente o tema do colonialismo digital, chamando atenção para a dependência crescente de plataformas e infraestruturas tecnológicas estrangeiras, especialmente na gestão de dados sensíveis.

O evento foi uma oportunidade valiosa para pensar criticamente o futuro das cidades e os desafios de se construir ambientes urbanos verdadeiramente inclusivos e democráticos em um contexto de crescente digitalização. O diálogo entre pesquisadores, estudantes e ativistas reforçou a importância de ampliar esse debate e de colocar as tecnologias a serviço da justiça social.

O espaço foi resultado de anos de pesquisa consolidada em temas voltados para a datificação e justiça social. Confira abaixo alguns de nossos destaques:

• IA e datificação da segurança pública: construindo redes para proteção de direitos fundamentais
• Construindo diálogos e formando lideranças populares em direitos digitais junto às Defensorias Públicas Estaduais
• Novas fronteiras dos direitos digitais
• IA com Direitos
• Ampliando as vozes do Sul Global na formulação de políticas de direitos digitais