No novo episódio do Dadocracia, podcast oficial da Data Privacy Brasil, João Paulo Vicente entrevista Gabriela de Almeida, diretora de relações institucionais do Redes Cordiais, organização brasileira de educação midiática para influenciadores que tem a missão de construir redes mais saudáveis e confiáveis. E Manu Halfeld, analista de relações governamentais do Instituto Alana, uma organização da sociedade civil com foco na proteção e promoção dos direitos das crianças, para falar sobre uma relação pouco comentada: jogos de azar e crianças.

O Marco Legal dos Jogos Eletrônicos é um projeto de 2021 do deputado federal Kim Kataguiri. O projeto tinha por objetivo diminuir impostos para a indústria e regulamentar uma série de propostas relacionadas aos jogos. Aprovado na câmara, o Marco Legal seguiu para o Senado. Foi quando o relator do projeto no senado, o senador Irajá, do Partido Social Democrático – PSD, de Tocantins, incluiu os Fantasy Sports dentro do marco legal.

No episódio, João explica como os Fantasy Sports funcionam, são jogos em que a pontuação depende do desempenho de esportistas reais. Só que enquanto ao contrário do que a indústria dos jogos afirma, a modalidade vai muito além de um jogo de estratégia, muita gente vê neles algo mais próximo a jogos de azar. 

Para Manu, o marco legal dos games foi feito de maneira apressada e confusa, como explica:

“Estamos debatendo sobre jogos e os seus impactos. A gente está debatendo sobre a expansão dos e-Sports. O que essa indústria precisa? Tem como misturar essas duas indústrias? Então isso aconteceu na primeira versão do PL. Você não tinha essa inclusão dos fantasy no escopo”. E acrescenta, mencionando também como a PL apesar de falar também sobre educação, não ter  passado pela Comissão de Educação e Cultura do Senado. 

“Ele passou pela CAE que a Comissão de Assuntos Econômicos e depois foi votada a urgência e ele já foi direto para ser incluído para votação no plenário. Então você teve realmente um aceleramento que talvez não se justificaria pela pauta que está sendo discutida e pela necessidade da gente ter esse olhar amplo para os jogos eletrônicos”.  

O episódio também discorre sobre a influência que a PL causou na disseminação dos jogos, e como isso facilitou o acesso de jogos impróprios ao público infantil, como comenta Gabriela:

“Tem jogos de azar, mas também em casas de apostas online, são extremamente danosos e perigosos. E aí a gente fala muito sobre vício em telas, porque é um trabalho das redes sociais também, sobre saúde mental. Estamos vivendo de uma forma bem grave assim”, afirma a diretora de relações institucionais do Redes Cordiais.

O episódio especial dos mês das crianças, reflete ainda sobre os próximos passos na discussão do Marco Legal dos Jogos, e quais as consequências do acesso a esses jogos que tem um componente de sorte, de apostas, na rotina de crianças e adolescentes. Afinal, quais os riscos e impactos disso tudo para crianças e adolescentes?

A conversa completa você escuta no episódio “Apostando com a infância: jogo ou bets?”, do Dadocracia, já disponível nas principais plataformas de áudio, ouça agora!

O roteiro deste episódio é de João Paulo Vicente, a produção é da Horrara Moreira, Pedro Henrique Santos e Alicia Lobato. A trilha original é de Paulo Pinheiro e Diogo Saraiva e a edição de som é da Vega Films.  

 

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