O Fórum Social Mundial Justiça e Democracia (FSMJD), que acontece na semana de 26 a 30 de abril em Porto Alegre, reúne organizações e movimentos sociais que compartilham de valores e lutas progressistas, democráticas e humanistas. A Associação Data Privacy Brasil de Pesquisa está presente no evento, em contato com ativistas e movimentos sociais, que têm enfrentado repressões digitais. São casos, por exemplo, de processos de reconhecimento facial e fotográfico, e de fragilidades tecnológicas que favorecem uma perseguição digital.

Durante os últimos dias, Horrara Moreira, analista de comunicação social da Associação, esteve em contato com diversas organizações da sociedade civil que batalham pelos direitos de terra e buscam justiça e igualdade para os indivíduos que protegem. Um destes encontros foi proporcionado pela Ouvidoria da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul, que convidou a Associação a acompanhar a Campanha Despejo Zero, a visitar o assentamento do MTST, o quilombo urbano Lemos e uma ocupação popular dentro de um prédio público na cidade de Porto Alegre. 

Além disso, foram realizados encontros e conversas com o Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul – NUDDH, com a Comissão Pastoral da Terra, Cooperativa Central de Assentamentos do Rio Grande do Sul, Movimento dos Sem Terra (MST), entre outras. 

Um dos destaques do evento foi a presença da ex-presidenta Dilma Rousseff, na mesa “Vítimas do Sistema de Justiça”. Em seu discurso, reforçou o quão prejudicial o racismo e a desigualdade social são para o desenvolvimento do país, e como estas são questões estruturais e que possuem uma raiz histórica no colonialismo, na escravidão e na destruição dos povos originários. 

De acordo com a ex-presidenta, existe uma necessidade de praticarmos um olhar mais preciso para os recortes étnicos e de gênero ao debater a desigualdade social. Segundo Rousseff, a política deve considerar a realidade e o cotidiano, pois o povo é fundamental para a democracia. Na mesma mesa também estavam presentes Ana Paula Oliveira, uma das fundadoras do coletivo Mães de Manguinhos, que reúne mães que perderam seus filhos por violência policial, Fernanda Kaingang, advogada indígena, Marinete Silva, advogada e mãe de Marielle Franco, e Luiz Nassif, jornalista.

De um modo geral, este evento é um momento muito relevante para se escutar e buscar entender como estas organizações têm se mobilizado, o que as estão ameaçando e o que pode ser feito para solucionar, ou ao menos minimizar, estes problemas. E o Fórum  ainda segue pelos próximos dias com mais mesas de discussões e trocas que serão muito frutíferas. Aguardem novos relatos sobre os principais acontecimentos desta semana.

Confira mais detalhes da programação do Fórum pelo link.

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