Diálogos COP30: entrevista com Lori Regattieri
A Data Privacy Brasil lança a nova série de entrevistas “Diálogos COP30: direitos digitais e justiça climática”, com o objetivo de ouvir vozes diversas sobre a interface entre a agenda climática e os direitos digitais. O novo projeto surge em um ano único: a realização da primeira Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) no Brasil.
A Data Privacy Brasil lança a nova série de entrevistas “Diálogos COP30: direitos digitais e justiça climática”, com o objetivo de ouvir vozes diversas sobre a interface entre a agenda climática e os direitos digitais. O novo projeto surge em um ano único: a realização da primeira Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) no Brasil.
A COP30 está prevista para ocorrer entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025 na cidade de Belém, localizada no estado do Pará. As entrevistas acontecem no âmbito da área de “Assimetrias e Poder” da Data e terão a participação de uma multiplicidade de especialistas no tema. As entrevistas buscam responder à questão geral: qual a intersecção entre justiça climática e justiça de dados? Para isso, dialogamos com atores de distintos setores e interesses para construir um aprendizado coletivo sobre a temática.
Em nossa primeira entrevista, conversamos com Lori Regattieri, pesquisadora, gestora e conselheira atuante na agenda de clima, direitos territoriais e tecnologias emergentes. Na conversa, foram destacados pontos como o papel dos povos indígenas, o papel da tecnologia e o lugar do multilateralismo.
Confira a entrevista na íntegra e acompanhe nossos canais para ficar por dentro das próximas.
Data: Primeiro, qual a relevância de profissionais especializados em proteção ambiental trabalharem em conjunto com profissionais especialistas em direitos digitais? Como estes profissionais podem se ajudar?
Lori: Nessa coalizão da qual eu faço parte [Green Screen Coalition], acabamos conseguindo fazer algumas avaliações a respeito dos desafios que o ciclo de vida das tecnologias envolve, que talvez sejam um pouquinho mais específicos nessa onda super otimista sobre inteligência artificial. E o que eu tenho refletido bastante é sobre a interdisciplinaridade do que chamamos no Brasil de CTI – ou seja, Ciência, Tecnologia e Inovação – e qual é o papel dos profissionais que trabalham diretamente com regulações.
Acaba que não é só no Brasil, mas os profissionais de Direito acabam tendo um papel tanto em um espaço onde a litigância estratégica é um lugar bastante particular para a pressão das corporações quanto para que consigamos realmente enxergar essas indústrias que fazem parte do ciclo de vida das tecnologias hoje emergentes.
Nós estamos lidando com desafios que, talvez pela minha convivência de tanto tempo com o ambientalismo brasileiro – que tem uma longa tradição com profissionais do Direito – continuam a ter um papel historicamente muito importante, especialmente no que diz respeito à nossa Carta Constitucional. Assim, em um período específico, após a promulgação da Constituição e diante das transformações que ocorrem nas disputas políticas internas ao Congresso, os profissionais do Direito conseguem manter seu lugar. Eu diria que é um lugar específico, algo que concerne a esses profissionais. É claro, entende-se que são eles que possuem a literacia dessa arquitetura jurídica e do desenho dessas funções.
Nesse contexto, às vezes percebemos um descompasso entre os caminhos apontados por nossos colegas do Direito e a realidade de um espaço onde ainda não tivemos muitos momentos de conversas interdisciplinares.
É essencial que se criem espaços onde os profissionais do Direito, que já trabalham há muito tempo com os desafios e, principalmente, com a questão multissetorial – uma característica muito valiosa no Brasil – envolvam-se em conversas em diferentes níveis: com o setor privado, a sociedade civil e o Estado. Essa abordagem vem do Comitê Gestor da Internet e nos ensina bastante. No entanto, percebe-se que os espaços onde a interdisciplinaridade poderia ganhar materialidade não são, eu diria, tão acolhedores para profissionais de outras áreas, além dos do Direito.
Quando passamos a observar o framework, essa arquitetura existente hoje, talvez especificamente no Brasil, onde há uma intensa troca de conhecimento e, principalmente, alianças e acordos entre diferentes organizações da sociedade civil, percebemos a existência de ambientes com espaços para a interdisciplinaridade. No entanto, na minha avaliação, esses espaços ainda não são suficientes para que consigamos ir além, por exemplo, de manifestações esporádicas em eventos como o Fórum da Internet no Brasil ou outros espaços de incidência política. Mas que seja possível ter pessoas e organizações com diferentes agendas. Acredito que temos uma tarefa para este ano, visando à COP30, que é a de realmente ampliar esses espaços.
Data: Na sua opinião, a COP30 será um espaço privilegiado para esses debates?
Lori: Eu venho trabalhando com a ideia de que temos uma COP que é muito mais dependente da Cúpula dos Povos do que a Cúpula dos Povos dependente da COP30. A Cúpula dos Povos é um evento liderado por organizações da sociedade civil, por um comitê e um secretariado. Ao mesmo tempo em que vamos ter a COP30, nós vamos ter a Cúpula dos Povos.
Hoje, nós estamos falando de 2025, uma construção de longa data da sociedade civil brasileira, dos movimentos populares, para transformar esse desenho da COP. Esse é um ponto importante. O que acontece hoje – eu acho que estamos em um momento em que compreendemos que a COP é na floresta, mas a COP não é só sobre a floresta – é sobre esses impactos que chamamos de externalidades também, dos nossos aquíferos; estamos falando também de justiça e acesso à água. Sabemos das questões, digamos assim, do chão de quem está na linha de frente. Mas também temos, dentro da COP, as discussões de incidência política. O que realmente ganha um status de ser de mais alto nível, porque está em camadas decisórias que, claro, parecem muito distantes.
Só que eu acho que é importante notar isso. Mas, assim, hoje nós temos uma sociedade civil no Brasil bastante fortalecida. Estamos chegando à COP30 com uma construção muito longa, e não é uma construção deste ano, porque vai ter a Cúpula dos Povos, mas uma construção de longa data, com agendas de trabalho que foram muito constitutivas de um lugar, que é o que o Brasil ocupa.
O que eu queria destacar também são esses pontos importantes que fazem a COP30 ter um espaço privilegiado, onde você vai ter movimentos globais, povos indígenas do mundo todo, povos impactados do mundo todo também, e vai ter organizações e atores participando de uma COP. Trazendo as suas soluções, as suas inovações, as suas visões e os seus projetos de futuro.
Quando estamos falando de tecnologias da informação e da comunicação, quando estamos falando da inteligência artificial e do ciclo dessa indústria – que é, para muitos, um sinônimo de uma perspectiva do que pode vir a ser -, por exemplo, conseguimos olhar para o Brasil e refletir sobre empregos que sejam mais justos para os trabalhadores, mas também, ao mesmo tempo, o que significa você ter uma juventude brasileira que está sendo pouco acolhida nesse ambiente de promessas.
Desse setor que vive muito mais de uma propaganda do que do que vai vir a ser. A COP30 também está bastante contaminada por esse hype da IA e contaminada também por greenwashing, do impacto dos centros de dados de computação massiva. E esse é um desafio latente que vamos ter na COP, porque nós vamos ter um ambiente bastante disputado.
Nós temos um desafio na agenda de adaptação climática, porque é uma agenda que, por exemplo, tem uma liderança forte das organizações da sociedade civil brasileira também – que são as organizações negras, as organizações indígenas – que têm feito uma incidência na agenda política de adaptação e no papel da tecnologia nessas agendas.
Data: Você tem visto a COP como uma janela de oportunidade de incidência para organizações da sociedade civil?
Lori: Eu acho que essa oportunidade que temos na COP é uma oportunidade de incidência em uma agenda que está em disputa – que é uma agenda a respeito da transparência, a respeito de como estamos olhando para as questões de gênero e raciais dentro da agenda de negociação. E aí, você tem uma preparação para a COP que vem sendo construída coletivamente pelas organizações brasileiras.
Esses desafios, quando estamos falando sobre o papel do Brasil, dizem respeito também à liderança que o Brasil está tendo dentro do BRICS. Ou seja, como é isso? Acho que a COP30 vai se configurando como um espaço bem decisivo nessa perspectiva de como conseguimos articular inovação aberta, justiça climática e soberania digital.
Porque vamos ter um grande desafio mesmo, não só sobre questões dos fósseis, mas sobre a política de atração de data centers. Só que, claro, o que vamos ter com muito mais presença são as questões específicas a respeito das discussões do Acordo de Paris e pontos específicos que são prioridades também para a agenda da presidência brasileira.
E, assim, ideias e perspectivas sobre qual é o papel da tecnologia – e, principalmente, não só uma perspectiva neutra ou positiva – mas, assim, falar de tecnologia não só como um instrumento, mas como uma agenda de disputa, onde você tem o lobby das big techs, você tem consultorias, você tem uma presença que eu diria bastante alinhada e coesa de grupos empresariais e corporações quando o assunto é tecnologia, é a computação em larga escala, é o papel das usinas que estão sendo instaladas de renováveis.
Precisamos reconhecer, de fato, que esses temas que eu estou elencando agora não são temas latentes no debate ambiental no Brasil. E, realmente, estamos em um momento em que as coisas estão acontecendo.
Data: Quais suas expectativas para a COP30 em relação às movimentações que têm acontecido da sociedade civil? Você acha que vai ser um espaço mais aberto ao diálogo e mais resolutivo?
Lori: A COP é famosa por não ter resoluções. Você tem uma agenda de negociação da COP que pode ou não acontecer assim. Já existe algo que a sociedade civil vem cultivando como interesse: você tem a questão da adaptação, tem pesquisa e desenvolvimento como uma agenda prioritária, tem a questão da biodiversidade. Por exemplo, o Acordo de Escazú ainda é um acordo importante para nós que estamos dentro do debate de direitos digitais e socioambientais, porque está conseguindo criar um ambiente de trabalho para que possamos atuar juntos e ter uma reflexão sobre o que estamos querendo dizer sobre proteção de dados e como associar essas discussões à proteção de povos indígenas, comunidades tradicionais, no sentido do seu conhecimento, da sua intelectualidade, das suas epistemologias também dentro desses mecanismos onde as decisões acabam acontecendo.
Então, que isso faça parte da nossa pluriversalidade – eu diria, a marca do Sul Global -, de olharmos para o Brasil a partir dessa lente: uma lente racializada, uma lente que eu chamo muito de um caleidoscópio. Se negamos isso e tentamos nos adequar, talvez, ao que poderia ser uma COP bem-sucedida ou resolutiva, acho que perdemos muito. Então, acho que é necessário abrir espaço também para as incertezas, de uma maneira… uma certa impropriedade que esse evento já precede.
Os debates sobre fundos poderiam também acolher, dentro desses desenhos de fundo, um componente específico de tecnologia – mais ciência, tecnologia e inovação. Como trazer esses componentes para os debates sobre fundos que vão ocorrer no espaço da COP? Porque, às vezes, percebemos também que pode ser muito resolutivo chegar a um desenho de fundo. Os povos indígenas são bastante atuantes no desenho desses fundos. Temos exemplos muito bons – inclusive, os povos indígenas do Brasil vêm mostrando para o mundo o papel dos fundos indígenas.
Mais do que uma COP resolutiva, eu acho que é uma COP que, talvez, seja acolhedora das impropriedades que já fazem parte e precedem esse espaço acolhedor da agenda de ação, que acho que a sociedade civil brasileira está se empenhando muito para contar.
Data: Por último, como você tem visto a relação entre justiça climática e tecnologias digitais?
Lori: Eu tenho tentado pensar muito a partir de uma perspectiva de como o Sul Global está se posicionando diante dessa nova política da inovação, e queria colocar isso dentro da chave da ciência, tecnologia e inovação. Eu acho que o CGI é um exemplo muito importante, em que você tem a presença dessas três palavrinhas – que não são só bonitas, mas, quando implementadas, dão muito certo. Então, você tem o multilateralismo, você tem a possibilidade de o Brasil mostrar, com essa junção entre ciência, tecnologia e inovação, princípios que são constitutivos de um planejamento, de um programa que consiga mostrar, por exemplo, para uma juventude, que ela pode ter futuro. Construir uma possibilidade de futuro a partir de um programa que fale mesmo.
Estava pensando em uma perspectiva em que temos um futuro para uma juventude diferente. Como podemos apresentar algo que já temos como experiência, como uma fonte de esperança para esse futuro? Eu tenho muito esse exemplo de casos onde a tecnologia está entrando em uma perspectiva de projetos na “sociobioeconomia” e na comercialização de produtos da Amazônia. Você tem o papel da tecnologia no monitoramento de emissões, você tem o papel da tecnologia na proteção de territórios indígenas – enfim, você tem vários usos extremamente importantes e interessantes hoje, que fazem parte de diversas ações já, implementações em que a tecnologia não faz parte só de algo a ser usado, mas é um componente sociotécnico disso.
Então, por isso eu menciono essas três palavras que, para mim, fazem parte do Brasil, da maneira como a trajetória do Brasil vem mostrando para o mundo como é possível produzir políticas públicas. É, realmente, construir um contexto que seja multilateral, pluriversal e multissetorial. Ele é multilateral porque consegue dialogar com os países em uma perspectiva diplomática de diálogo, não de guerra tarifária, como estão fazendo os Estados Unidos. Não queremos desenvolver um novo imperialismo. E mesmo quando você pensa, por exemplo, nos BRICS e nas assimetrias, como seria melhor se conseguíssemos trocar experiências e conhecimento, considerando o impacto nas pessoas dos países – seja na Índia, seja no Brasil.
O multilateralismo, o pluriversalismo e o multissetorialismo. E principalmente, pegando o exemplo da governança da internet no Brasil, eu acho que são três palavrinhas-chave para esse horizonte da governança da ciência, tecnologia e inovação.
Sobre Lori Regattieri
Lori Regattieri, é fundadora do “Eco-Mídia: Tecnologia em tempos de emergência socioambiental climática”, que propõe, por meio de pesquisas, práticas comunitárias e colaborações com parceiros, desenhar outros protocolos e documentações, e construir tecnologias a serviço de quem historicamente sempre esteve à margem. Também é Practitioner Fellow em Democracia no Karsh Institute of Democracy da University of Virginia. Como consultora no setor filantrópico e de organizações da sociedade civil, facilita colaborações intersetoriais e fortalece coalizões Sul-Sul em prol da justiça climática.
Trabalha em parceria com movimentos que defendem os direitos de povos indígenas, afrodescendentes e comunidades locais (IPADLC), articulando economia política, sistemas sociotécnicos e justiça racial para desenvolver estratégias voltadas à soberania territorial, energética e economias inclusivas. É integrante da Green Screen Coalition e da Climate Social Science Network do Institute at Brown for Environment and Society. Foi Senior Fellow em Inteligência Artificial na Mozilla Foundation. Possui doutorado em Comunicação e Cultura pela UFRJ e há mais de duas décadas investiga temas ligados aos estudos da ciência, tecnologia e cultura, bem como à economia política das infraestruturas orientadas por sistemas de IA, testemunhos e arquivos, com base em abordagens decoloniais inspiradas por práticas de parentesco e criação de mundos. Em reconhecimento às suas contribuições, recebeu o Prêmio Jacques Ellul de 2024 por Ativismo em Ecologia da Mídia, concedido pela Media Ecology Association.
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